MATÉRIAS

segunda-feira, 30 de maio de 2011

LIÇÕES DE JUSTIN BIEBER




Calma, não fiquei doido. Leia essa postagem e veja as lições extraídas de um filme que, para mim, era mais um “cata-troco” do cinema. Putz, quebrei a cara!

Quando o documentário de Justin Bieber em 3D apareceu no cinema de minha cidade, minha filha ficou me enchendo o saco para assistir ao filme com ela. Quando vi o trailer na internet, comentei : “Filha, você deve estar querendo queimar é o meu filme. Eu, assistir um documentário sobre esse menino? E em 3D? É apelação demais”.  Pra mim era mais um golpe de marketing para encher os bolsos do garoto, seus pais e produtores de dinheiro. Mas pai é pai, e lá fui eu com minha filha assistir ao tal documentário.

Devo admitir, aprendi mais uma. Jamais diga não! Melhor é dizer talvez!

Logo nos primeiros 10 minutos de filme, percebi que não se tratava apenas de uma bajulação a um super-astro pop juvenil, mas um documentário provocador para todos nós perseguirmos nossos sonhos, mesmo contra todas as possibilidades e probabilidades de não dar certo. O documentário foi simplesmente sensacional. Primeiro pela direção do consagrado  Jon M. Chu, depois pela tecnologia de gravação, com equipamento e posicionamentos de câmera inacreditáveis (o 3D é demais) e pelo conteúdo, inspirador. 
O filme nos mostra o nascimento de Bieber para o mundo via YouTube, a força das redes sociais e um show gravado no Madison Square Garden. A cada segundo do filme eu aprendia uma lição. Descobri que uma rede social virtual tem uma força ilimitada para construir alguém que acredita em seu trabalho, tem talento e fé. Antes de ser descoberto por seu agente, ele já tinha mais de 100 mil fãs inscritos em seu canal. Scooter Braun viu seu potencial. Numa simples audiçao de Justin Bieber para os cabeças do mercado, começou seu caminho para o topo.

Lição Nº 1: Bom atendimento
Aprendi que temos que mostrar nosso trabalho para o mundo se queremos que algo aconteça em nossas vidas.  As redes sociais por si só não são receitas de sucesso. É apenas um começo. Temos que suar muito a camisa até chegar lá. E assim foi com Bieber. Bateu a porta de rádio em rádio, cantou para públicos de até 40 pessoas até ser o que é hoje. Você pode ter o melhor trabalho do mundo, mostrar para todos, mas se seu cliente não vir até você, você tem que ir até ele. É neste ponto que a história de Bieber se conecta conosco. O garoto faz questão de retribuir o carinho dos fãs. Não só ele mas toda sua equipe. Estes fãs são seus melhores clientes. Ele os atende com excelência.

Lição Nº 2: Descanço
O garoto estourou, um show atrás do outro. Até que uma infecção em suas cordas vocais quase o colocou a nocaute. Houve cancelamento de show e teve que fazer um descanço forçado.  Eu e você precisamos fazer o mesmo. Encontrar um  tempo para descançar , afinal não somos máquinas, e se pararmos, nosso trabalho pára.

Lição Nº 3: Colaboração
Justin Bieber, já no topo, ajudou outros tantos artistas a alavancarem suas carreiras, permitindo que eles brilhassem junto aos seus holofotes. Arte é partilha e nós que trabalhamos com produção de vídeo, somos artistas. Logo colaborar, ensinar, trocar experiências  faz parte de nossa arte. Não tenha medo de compartilhar o seu aprendizado com seus colegas. Há algo dentro de nós que é intocável e que ninguém consegue nos tirar. No grego se chama “Parnasah”. Mas pode chamar de dom. Esse quem dá é Deus e nem seus concorrentes te tiram.

Lição Nº 4:  Confiança
Quando o produtor de Bieber saiu para oferecer a música do garoto as gravadoras, ele colecionou um monte de “nãos” pois eles não tinham visto o sucesso do garoto no Youtube. Quando o grande momento chegou, outro fera do show business disse que Bieber seria o próximo grande nome da musica mundial em um ano. Ele errou. Foram apenas 3 dias. Se você tem talento, fé e paixão, prepare-se. Sua oportunidade vai chegar como estouro de boiada. Fique sempre preparado.

Conclusão
Se você for assistir a Never Say Never,  faça isso com a mente totalmente aberta. O documentário, pela minha percepção, teve a intenção de mostrar apenas a formação de um ídolo. Mas se você tiver sensibilidade e ler pelas entre-linhas vai descobrir uma grande história. Uma grande aula de mercado, uma história humana por trás da sensação, uma palestra de negócios.  Uma relação familiar forte, um talento nato e autodidata. Uma garantia de sucesso que ele mesmo, sozinho, sabia que era. E provou a todos. Uma inspiração a todos nós de confiança e certeza do sucesso.
Dou a mão a palmatória!
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domingo, 29 de maio de 2011

CASAMENTO DE CINEMA

Esta forma de trabalhar não é para todos. Nem para produtores, nem para a maioria das noivas. Mas aquelas que quiserem algo assim, terão que pagar mais caro que o normal.
O que você está fazendo para marcar o seu trabalho para além da capa do DVD? Você está disposto a se arriscar, a nadar contra a corrente? Se sim, você vai se interessar muito por este tópico.
Será que você se vê nele?




Já foi-se a época em que se entregava uma filmagem de casamento praticamente na íntegra, com uma edição padrão, mas mantendo praticamente seu conteúdo. Eram as antigas fitas VHS que duravam eternos 1h30 a 2h00 de cenas repetitivas e cansativas. Mesmo ultrapassado, este formato ainda é entregue por muitos cinegrafistas que não tem o dom do vídeo emocional e ainda não entenderam que registrar um casamento é contar a história de um casal. 
Saí para fazer uma locação sobre atitude ambiental, e durante minhas gravações, apareceu um camarada que, desde o momento em que me visualizou, ficou acompanhando cada passo de meu trabalho. Até que se aproximou de mim e falou com desdenho e rejeição: “Eu já filmei muito também, já mexi com esse negócio durante anos”. E se afastou como se tivesse, naquele momento, despejado uma mágoa ou rancor engasgados durante anos. Não sei quem ele é, mas acredito que seja mais um que se aventurou no meio cinematográfico atrás de dinheiro. Como o retorno não veio, deve ter achado outro emprego e agora, ao ver outro cinegrafista trabalhando, acha que é um pobre coitado como ele foi. Ou é.
Nosso trabalho é um dom. Já corre nas veias. Você não descobre, ele nos acha. O dinheiro não é a recompensa, é a consequencia.
E assim vai se vendo muita gente que entra, atrapalha o negócio, perde dinheiro, e sai frustrado.
Quando comecei a gravar casamentos, e já trabalhava em TV, percebi que o grande lance não era filmar por si só, mas produzir filme de casamento com um estilo que hoje se chama "Wedding highlights". Prefiro chamar de curta metragem de casamento.  Quem está destacando este formato atualmente são os fotógrafos que decidiram filmar em DSLR. Não porque conheciam o estilo, mas a grande maioria pelas limitações das câmeras que precisam, de rec em rec, darem uma esfriada.


QUE ESTILO É ESSE
Um curta metragem de casamento dura entre 25 a 40 minutos contra os antigos 90 a 120 minutos. Engana-se quem acha que para produzir 25 minutos finais trabalha-se menos. Exatamente por ser um curta metragem, uma história contada, o cinegrafista deverá passar o dia inteiro com os protagonistas, acompanhar os passos dos padrinhos, da montagem do cerimonial, etc. É um registro quase que completo do esperado dia “D”.
Em um curta metragem de casamento exploramos a "verdade emocional" contra a “verdade literal” dos casamentos filmados de forma normal. 
Uma filmagem normal, que a maioria faz, registra essencialmente as imagens do dia, como exatamente acontecesse. Tudo é filmado e editado praticamente  da forma que aconteceu, incluindo a ordem cronológica. Depois o seu cliente recebe o produto final de praticamente todos os acontecimentos do dia. E o vídeo fica muito chato, demorado, que não acaba nunca!
Se você é um dos que fazem dessa forma, fique tranquilo. Há clientes que gostam e querem deste jeito. Mas a tendência é seguir o dinamismo de nossas vidas, sempre tudo corrido, rápido e instantâneo. A era do Ipad, celular, comida fast food e internet de banda larga. O gosto por cartas, telefone com fio, almoço a la carte e internet discada tendem a diminuir, e
desaparecer. Este estilo “normal" não resgata a emoção que as pessoas sentiram no dia. Na verdade é uma falsa emoção - é a tal da “verdade literal".
Minha conversa aqui não é imposição de formatos, mas sim dar a oportunidade de opção de escolha. Você pode se ver de forma clássica ou descobrir que o curta metragem tem tudo a ver com seu estilo. E uma grande oportunidade para navegar em novos oceanos!
Um vídeo de casamento que resgata a “verdade emocional” é o que tem a capacidade de resgatar os mesmos sentimentos e emoções das pessoas naquele dia, independentemente de quem está assistindo. Hoje eu tenho em meu mostruário trabalhos que pessoas estranhas ao casal começam a assistir e choram, riem, e se admiram. A emoção daquele dia foi transmitida de tal forma que a maioria das pessoas que assistem percebem, inconscientemente, esta verdade.
Saiba que tudo isso que eu estou contando aqui não é novidade. o cinema faz exatamente isso desde a época de Charles Chaplin. Então vamos a algumas dicas para criar vídeos de casamentos emocionalmente verdadeiras.


Primeiro, seu vídeo precisa de qualidade e não de quantidade. Não precisa fazer um vídeo enorme para torná-lo melhor. Um filminho de 15 minutos muitas vezes tem muito mais energia emocional que um de 120 minutos. Realmente tem necessidade de mostrar em tempo real aquela fila de padrinhos entrando na igreja? e três, quatro ou cinco músicas inteiras de um monte de gente dançando na pista? e dançando mal? 
Segundo, a trilha musical que você vai usar tem que ter um enorme impacto sobre a percepção emocional do vídeo. E, necessariamente, não é preciso usar a música que está bombando nas rádios ou é o tema principal da novela das oito. Nada disso. Lembre sempre do cinema. Trilhas de efeito que buscam a emoção da cena em si. É a produção de casamento transcendendo seus próprios limites e invadindo a área cinematográfica.
Terceiro. Sincronize parte do áudio com as cenas captadas. Combine ritmos com imagens. Lágrimas correndo com a música certa para aquele momento. O brinde do casal com outra trilha exata. Efeitos de áudio com efeitos de imagem. No tom certo, sem exageros.
Quarto, uma narrativa não-linear. Uma cronologia emocional do dia não é necessariamente uma ordem cronológica do tempo. Não é preciso ter o raiar do dia exatamente no começo do vídeo.  Você pode começar exatamente de forma contrária, ou misturada.  O vídeo terminando com o primeiro beijo do casal, e começando com o corte do bolo na festa. Não é exatamente assim que o cinema nos mostra a cada lançamento? O fim começando primeiro? O meio terminando no fim? Claro que a narrativa deverá explicar esta mudança natural da ordem, senão o produto final acaba virando um Frankstein. Em outras palavras, o próximo lançamento nos cinemas será sua grande faculdade de produção audiovisual.
Finalizando. Em sua narrativa da história do casal, a forma de gravar as cenas serão fundamentais para alcançar a verdade emocional. Pode ser aquele making of do dia da noiva. Ou o casal andando por um jardim. Talvez encenar como foi o dia em que se conheceram, ou como começaram a escolher em quais das igrejas iriam se casar.
Encontre a sua história. Ache algum aspecto especial do dia do casamento ou da experiência do casal que possa ser o grande “mote” emocional do filme. Pode ser que esteja além do relacionamento de ambos. Pode estar no relacionamento de pai e filha, ou entre irmãos. Ou sentimento do final de uma etapa da vida para início de outra. 
Reflita para você mesmo: "Se eu estivesse escrevendo um roteiro desse dia do casamento, como iria fazê-lo?" Contar a história de um casamento é escrever uma história. É colocar você e seu trabalho em outro nível. É se destacar na multidão. Não é fácil. Se fosse, todos estariam fazendo.


Produtores de vídeo capazes de contar emocionalmente histórias verdadeiras, serão capazes de valorizar seus trabalhos e terem um retorno gratificante em cada produção.
É possível?
Basta lembrar da Kia Motors. Quem diria que há poucos anos eles fabricavam o tal do carrinho super-barato, a Towner. Em que nível eles estão hoje?
Pense nisso.
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quinta-feira, 26 de maio de 2011

NOVIDADE NO BLOG: FÓRUM

Mais uma novidade aqui no Blog: Fórum


Um espaço para você acessar e discutir sobre os temas abordados, sem necessidade de aprovação de suas mensagens nem participação do autor. É você e os leitores do Blog. Para participar, basta entrar e partir para a discussão (no bom sentido).
Então, acesse o link no alto da página, converse entre os participantes, questione, provoque, sugira, crie tópicos, fique a vontade. o Blog é nosso.


Basta apenas respeitar as REGRAS do Blog do Keko Sinclair.
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TRABALHANDO COM CLAQUETE



A claquete é um item importante em qualquer produção, porém pouco utilizada. A maioria dos produtores de vídeo desconhecem seu uso. Minha equipe usa corriqueiramente há mais de 8 anos e posso afirmar que, depois que se domina a tabuinha de madeira, você não vai mais saber trabalhar sem ela. Com a claquete sua equipe de externa poderá dominar todas as fases de uma produção, e na hora da decupagem, ir direto para as cenas boas ou as que valeram.


A claquete só vale para produção de Doc, curtas, filmes e VTs. Para sociais, esqueça.
O uso dela está diretamente ligado ao roteiro. Na verdade, ela é o esteio chave para o bom funcionamento do roteiro. Vejamos como se divide e se aplica a claquete:

Existem vários formatos de claquetes com divisões diferentes. Vamos analisar especificamente os espaços do modelo ilustrado a seguir, que é bem funcional.





Produção: Onde se escreve o título da peça.

Diretor: Onde se escreve o nome do diretor.
Estúdio:  Onde se escreve o nome da produtora.

Agora vem o ponto mais funcional desse equipamento

Câmera ou rolo: No caso da produção, é onde se indica o número da fita ou cartão que se está sendo utilizada na câmera. Se houver uma ou mais câmeras, coloque o nº dela.
Cena: é onde se indica, de acordo com o roteiro, o número da cena a ser gravada.
Plano: é onde se indica, de acordo com o roteiro, o número do plano a ser gravada.
Tomada: Este é o pulo do gato da claquete.
Até então todas as indicações descritas na claquete são de informações daquilo o que se vai gravar. Mas o espaço “tomada” da claquete é para indicar os planos das cenas que interessaram ao diretor.

De posse dessas informações, vejamos como tudo isso se aplica na produção. Vamos exemplificar com o nosso roteiro hipotético como utilizar a estrutura de claquete.
Façamos um paralelo da claquete como se estivesse sendo utilizada em nosso roteiro.

A claquete mostra que está sendo captada a Cena 03 (que já está especificada no roteiro);
Desta cena está sendo captado o Plano 01 (também já faz parte do roteiro);
E deste Plano Já foram feitas 5 Tomadas (É aqui que o diretor anota na hora).

Das cinco ou mais tomadas captadas o diretor vai escolher as melhores para edição. Essa escolha é feita no ato da captação. Isso facilita o momento da edição em dois aspectos:

1.      Para a edição vão apenas as cenas boas, diminuindo o número de material bruto em ilha.
2.      Diminui também o tempo de escolha das cenas, uma vez que não será necessário recorrer ao bruto a cada momento que se precisar de uma cena.

Como exemplo final, no bloco da cena 3, tomada 1, 2 e 3, para concluir o uso da claquete no SET, ao iniciar a captação dos planos que compõe a Cena, o diretor ou seu assistente anota diretamente no roteiro as melhores tomadas de cada plano, como indicadas anteriormente no roteiro. Basta um círculo com caneta que o editor saberá que só aquela cena é a que vale.
Entendido?

Espero ter ajudado em mais uma lição.


Agora um modelo simples e eficiente que meu amigo Valter, produtor de áudio da Globo, usa na novela Cordel Encantado. É um caderno, mais conhecido como clapboard notes.



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quarta-feira, 25 de maio de 2011

GRAVADOR ZOOM Q3



Hoje eu apresento a câmera Zoom Q3, na verdade um super microfone stereo que "enxerga". Tem muito leitor que me pergunta se pode usar gravador ao invés de microfone sem fio para captar o áudio de um evento. Eu digo que sim. Como teste eu enviei o gravador a um amigo jornalista que cobriu o show de Paul McCartney no Rio,no domingo, 22/05. Como ele ficou em frente ao palco, recebendo milhões de watts de som no meio da cara, esse foi o teste radical que eu queria. E aconteceu.
O vídeo está postado no final da matéria.


O Q3 tem um poderoso microfone stereo a prova de distorção. Segura qualquer barra desde os impactos mais fortes de um super PA, como do show do Paul, de um trio elétrico numa micareta, até a voz de um interlocutor em meio a uma multidão. Até parece que o equipamento é inteligente e "entende" o que a gente precisa. Para casamentos é só acoplar o gravador a um tripé de microfone ou câmera que já está pronto pro trabalho. O Q3 possui encaixe padrão para tripés de câmera. Colocando o equipamento em frente a caixa de som você terá um resultado excepcional.




Já em matéria de filmagem, ele é meia boca. Só que ele foi desenvolvido para gravar áudio. O vídeo é só um guia. A resolução de vídeo é de 640X480 a 29,97 fps (MPEG-4 SP). Não é grande coisa, mas dá pra brincar com as imagens. Perfeito para fazer camera onboard no caminho do casal, da igreja ao cerimonial.




Características do Produto
Microfones condensador estéreo com configuração X / Y (esquerda e direita) para áudio estéreo verdadeiro.
Aceita cartão SDHC de até 32 GB para 16 horas de vídeo.
Resolução de vídeo de 640 x 480 a 30 frames / seg (MPEG-4 SP)
Inclui dentro da memória interna software de edição YouTube Uploader e player  Apple Quicktime.

Funciona com duas pilhas AA.
Display LCD de 2,4 polegadas com uma resolução de 320 x 240


Detalhes Técnicos
O Q3 usa as cápsulas de microfone da líder mundial em microfones, a H4n HandyRecorder.
É perfeita para gravar tudo em excelente áudio stereo. A partir de apresentações musicais ao vivo e ensaios, entrevistas, conferências de vídeo, jornalismo, educação, recitais, casamentos ou esportes, a Q3 tem excelente qualidade de áudio e vai colocar o som de seus vídeos para um outro nível.



Show do Paul McCartney
Assista a este vídeo e confira a capacidade de gravação em áudio do Q3. Note a música, as explosões, tudo em frente ao PA. Não há distorção.  Na hora dos aplausos, perceba que ela grava muito bem o som das pessoas, gritos, euforia.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ENTENDENDO O DRUM RUN




Muitos usuários de câmeras e interessados em adquirir um equipamento de 2ª mão tem dificuldades em entender as informações de HRS METER, ou "Tempo de Operação", que vem registrado no equipamento. Muitos nem sabem que este recurso existe. Essa é a "caixa preta" de filmadoras Pro-Consumer e linha Broadcast, que conta, por hora, o manuseio da câmera.
Esta informação é muito  importante para câmeras que usam fita. Desta forma pode-se saber, por exemplo, quanto tempo de cabeça o equipamento ainda vai ter. Para as de uso exclusivo de cartão, vale a informação de tempo geral de uso. 

Tem como alterar essas informações? Tem. Mas da seguinte forma. Quando a câmera for para fazer a troca de cabeça em uma autorizada Sony, uma cópia da NF deverá ser enviada, juntamente com o número de série da câmera, da cabeça velha e da nova, para a fábrica. Lá eles geram uma senha de acesso (password setup) que é fornecida a assistência. De posse desta informação, o técnico zera somente o DRUM RUN. É uma burocracia enorme, cheia de conferências, exatamente para não haver manipulação dos números, e consequentemente, má fé. Então não dá pra "rejuvenescer" o equipamento.

Tanto a Sony quanto a Panasonic garantem um bom funcionamento de cabeça até 1500 horas, mas nada impede do tempo de uso se estender a mais do que isso. Ou retardar. 
Esta informação é uma referencia. Perdi uma cabeça de PD com 200 horas. Não me pergunte o porquê. Outro exemplo: Alguém compra uma Sony Z5 só para se divertir, e ela fica mais guardada no case do que em uso. Depois de uns 2 anos, este proprietário resolve vendê-la. E aparece a informação que tem apenas 10 horas de uso. É  uma câmera nova. Mas é preciso avaliar o não uso também, pois na cabeça do equipamento sedimentam partículas de poeira que podem "calcificar" e não sair mais, precisando fazer a trocar. Por baixo você terá que desembolsar uns 3 mil reais. Então o uso normal deve ser considerado. 

Vou contar uma historinha rápida. Um amigo me disse que uma pessoa estava vendendo todos os equipamentos de vídeo, incluindo um carro, pois o filho, que faria as filmagens, foi embora para os Estados Unidos e não voltaria mais. Tanto o carro quanto os equipamentos estavam há 4 anos parados, intactos. Cheguei lá e consegui voltar apenas com um tripé e alguns cabos. Nada mais. A filmadora, novinha, não funcionava. Tanto ela quanto os monitores de campo de 10" estavam ressecados. O vídeo, ligou, mas não fazia mais nada. O carro, com apenas 20km rodados e todo esse tempo encostado na garagem, precisava de retífica geral. Melhor seria comprar um com 80 mil km. Ficaria mais barato.

Então fique atento a compra de um equipamento usado. Por melhor negócio que seja, sempre será uma caixinha de surpresas. Tanto pra quem compra como pra quem vende.


Como exemplo, vamos usar as informações do display acima.

MEDIDOR DE HORAS (HRS METER)
OPERATION        17 x 10h;
DRUM RUN          11 x 10h; 
TAPE RUN              6 x 10h;
THREADING         20 x 10. 

OPERATION
Mostra o total de horas de operação efetiva da câmera, neste caso 170 horas.

DRUM RUN
Mostra o total de horas do giro da cabeça (ou tambor), neste caso 110 horas.

TAPE RUN Mostra o total de horas que efetivamente a fita rodou na cabeça. Temos 60 horas.

THREADING 
Mostra o número de vezes que a fita foi inserida na câmera (ou aberta a porta do compartimento de fita). Temos 200 inserções.

A informação mais importante para quem vai comprar uma câmera que usa fita, é o DRUM RUN. Se você for comprar uma câmera de cartão, a informação relevante será OPERATION.

As informações técnicas foram obtidas diretamente do Supervisor credenciado SONY, Carlos Hudson (Ex-TV Globo), que por muitas vezes recebeu engenheiros japoneses da fábrica no Japão para treinamento pessoal de equipamentos da marca.
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domingo, 22 de maio de 2011

TÉCNICAS DE ENTREVISTA EM CASAMENTO



Gravar entrevistas em um casamento é uma verdadeira arte. Se você sair com a câmera na mão pedindo para os convidados dizerem algumas palavras para o casal, certamente a maioria delas vai arranjar uma desculpa e não deixar um depoimento. Sem falar que muitos casais acham que entrevistas em casamento são bregas e tem um aversão de imediato. É o tipo de quadro que se ama ou odeia. Mas se você souber como fazer, este pode ser um dos seus melhores capítulos dentro do DVD onde o casal vai querer ver muitas vezes repetidamente.

Tudo o que é dado dentro de uma venda não tem valor. Então sugiro que você inclua este item no seu pacote e cobre por isso. Mas para cobrar você deve ter um belo mostruário. Só palavras na área de vídeo não vende. Uma sugestão é, caso você não tenha este produto para mostrar, escolha um determinado casal e presenteie-os com um quadro de depoimentos. Depois use-o com o mostruário para os próximos clientes. Cobrando, é claro.

Primeiramente, é importante saber que entrevistas para depoimentos tem seu momento certo. Se for cedo demais prepare-se para uma coleção de "nãos". Na primeira vez que fiz há alguns anos, sem experiência alguma, simplesmente ao sacar o microfone diante dos convidados, literalmente começamos a mandar os convidados embora. Estavam apavorados de ter que falar diante da câmera. O tempo  e a experiência me ensinaram a coisa certa.
Então vamos a receita do bolo de fubá para realizar um grande trabalho.

O MOMENTO CERTO
Começe a fazer este quadro do meio para o final da festa, onde os convidados já estão envolvidos no ambiente e, em muitos casos, o álcool já está fazendo efeito. Também pode ser feito logo após a noiva ter jogado o buquê. O clima de euforia contagia o local e o momento fica propício para tal.

O REPÓRTER
Como já disse, faço isso há muitos anos. Um concorrente daqui resolveu "inovar" contratando um repórter de TV e, tempos depois, passou a colocar a própria namorada dele para fazer as entrevistas. Pessoas estranhas, por mais que sejam famosas, se não forem os convidados da festa, não vai ficar legal. Aquele "repórter" sempre será um estranho no vídeo e a rejeição será maior. Quando eu recebia um casal para ver meu trabalho e que já tinha passado antes na produtora dele, ao mencionar o quadro de depoimentos,  percebia uma cara de pavor do cliente, do tipo “não me mostre essa coisa horrível”.
Então a dica é deixar o casal escolher o "repórter da noite" para fazer as entrevistas. Pode ser um amigo, irmão, ou o próprio casal. Peça para escolher o perfil mais extrovertido, alegre, cara de pau possível. O repórter tímido não "rola". Essa pessoa será bem vinda pois já tem o "cheiro" da festa impregnado na pele.

ABORDAGEM
Sugiro ao repórter eleito pelo casal que jamais pergunte: "Posso te fazer uma pergunta?" ou usar a palavra "entrevista". A abordagem deve ser instantânea, igual bote de cobra, sorrindo, no clima da festa. Os primeiros a serem entrevistados devem ser o noivo e a noiva, separadamente.  É como um efeito de uma gota que cai no meio da água. O casal é o centro, os arredores observam a gravação, aí seu repórter, no efeito de onda, sai pegando mais depoimentos pela periferia, e assim, num efeito dominó, vai arrebanhando mais mensagens para seu vídeo ficar 10. Mais a frente explico o por quê de gravar o casal separadamente.
Tudo isso é combinado rapidamente com o repórter escolhido num cantinho do ambiente. Só funciona assim. Como normalmente essa pessoa escolhida não tem experiência, não adianta antecipar demais as informações. Logo serão esquecidas.

O posicionamento do cinegrafista é fundamental para deixar o entrevistado a vontade.
POSICIONAMENTO DA CÂMERA
Eu uso um microfone sem fio (Sennheiser G2), assim tenho liberdade de movimentos. Com fio até que dá, mas ele acaba atrapalhando pois estamos no meio de uma festa, gente passando, copo na mão...e o cabo pode virar uma armadilha no meio do salão.
Combine com o repórter para ficar sempre na frente da câmera na hora da abordagem. Fique uns dois metros distante dele . O convidado verá apenas outro convidado e um microfone. A câmera assusta e inibe. Então essa distância camufla o equipamento. Sugiro também desativar o tally (LED de REC). A intenção é deixar o convidado conversar naturalmente,  sem perceber que está sendo gravado. De outra forma poderá soar falso e forçado.

Fique atento ao perceber que o repórter irá falar no microfone e dispare o REC antes para não perder o início da fala.  Dê um passo a direita para que seu entrevistado surja na sua lente. E, aos poucos, vá se aproximando dele, já na gravação. Não há necessidade do depoimento ser falado para a câmera.

PERGUNTAS
Já saia da produtora com uma lista básica de perguntas. Elas ajudam bastante na hora de executar o trabalho. No caso dos noivos, resgatando o assunto da abordagem, peço que entreviste ambos individualmente, fazendo as mesmas perguntas - como se conheceram, quem tomou a decisão de casar - o que você acha dele(a) - quais os planos para o futuro, e depois, na hora da edição, monto os dois pontos de vista diferentes para a mesma pergunta. O resultado muitas vezes é super engraçado.

No caso dos convidados, a minha lista é essa, que sugiro que seja respondida em rodízio pelos convidados entrevistados:
  • Deixe uma mensagem para o casal.
  • O que você pode dizer sobre o noivo e a noiva?
  • Qual sua reação quando soube que eles iriam se casar?
  • O que você acha que o noivo deve fazer para manter a noiva feliz?
  • Você tem um recado especial para o(a) noivo(a)?  (Quando se tratar de algum(a) amigo(a) especial).

Você também pode usar táticas diferentes. Aqueles convidados mais eufóricos, jovens e agitados, quebre a rotina perguntando "Qual é a mulher mais bonita da festa?" ou "Quem você acha que será o próximo a casar?". Esse desvio do assunto quebrará a sequencia na hora da edição e dará uma pitada de humor ao quadro. Se perceber que seu repórter é "all concur", deixe ele fic ar no comando e se preocupe apenas em gravar. Tem gente que se supera nestes papéis improvisados e nossa intervenção acaba atrapalhando.

CRÉDITOS
Este trabalho não é um quadro de jornalismo e sim uma brincadeira. Você até pode pedir para o repórter perguntar o nome da pessoa para inserir um crédito depois na imagem, mas não será uma regra. Se preferir colocar uma menção, pergunte depois de ter gravado a entrevista. Afinal gravar um depoimento, por mais simples que seja para o entrevistado, é como tomar uma injeção - melhor ser surprendido com a agulha entrando do que avisar que vai espetar!

EDITANDO
Na hora de selecionar as cenas para a edição, evite colocar os depoimentos na íntegra. Por mais bonito ou engraçado que seja, acaba ficando cansativo e chato, invertendo a sua intenção que é de fazer um capítulo atrativo. Corte as respostas de modo que fiquem curtas e objetivas. Tem gente que fala demais e se torna repetitivo. Outra dica é enxugar a pergunta do repórter. Você pode deixar a voz dele perguntando algo e depois só colocando várias respostas. E muitas vezes nem colocar a pergunta. A própria fala do entrevistado já pemite entender o que lhe foi perguntado.

Se o clima da festa foi de seriedade e formalidade, nada de forçar humor na edição. Mas caso rolou muita brincadeira, você pode acrescentar recursos para transformar este quadro mais engraçado, incluindo efeitos sonoros, claques (risadas) e recursos de edição. Sempre com bom gosto e sem desrespeitar ninguém . Não esqueça que do ridículo ao bom senso existe uma linha divisória tênue e muito próxima. Se vacilar você estraga tudo.

Por fim, coloque um capítulo à parte no DVD e um botão separado no menú. Seu cliente saberá que foi um quadro à parte do casamento (isso deve ficar claro) e dá um "ar" de bônus no trabalho, e não mais um momento no meio de tantos.

Veja uma gravação que fizemos e que nossa "repórter" deu um show a parte no quadro.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

BEM VINDO AO NOVO BLOG


Uma profissão apaixonante e que me surpreende a cada dia. Todo dia, tudo novo!
Bem vindo ao meu blog. Totalmente repaginado e feito exclusivamente para você.
Aqui eu conto um pouco de minhas experiências profissionais, meu trabalho do dia a dia, meus projetos, meus sonhos e a vontade de fazer melhor.
Experiências não devem ser guardadas, devem ser compartilhadas como um pão partido e distribuído de mão em mão.  Assim é minha vida, assim é meu trabalho.


Gravando entrevista para SBT. De vez em quando é bom inverter
Nas páginas que se seguem, cada matéria foi escrita com paixão, sabendo que a cada leitura eu estarei, mesmo a longas distâncias, ajudando a profissionalizar o mercado de audiovisual.


Não sei nada, estou aprendendo. E muito. Todo dia, toda hora. Saiba que será um prazer ter você aqui, discutindo, perguntando, ensinando, aprendendo. Obrigado por sua visita!
Momento especial: recebendo Claudinho e Buchecha para uma entrevista

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